28.10.08

Comidinhas I

A série Comidinhas não tem nada a ver com dieta, ou com a teoria de que "se você fotografa o prato, come menos". Comidinhas são fotos que faço de coisas gostosas ou, pelo menos, bonitas.

Para abrir a série, um bolo de chocolate - nada mais clássico.



Aniversário de Marina Barreto.

23.10.08

Uma nova Isabela

Circunstâncias diferentes, mas a mesma postura exagerada e fútil da mídia brasileira em geral. Assim como no caso Isabela (a menina se transformou em "caso"), no caso Eloá a imprensa brasileira e outros programas pseudo-jornalistas deram ótimos exemplos do que não se deve fazer numa cobertura jornalísitca.

Se alguém aí tiver um só exemplo de menção séria ao sequestro da adolescente Eloá, sem que o jornal usasse do sensacionalismo, do achismo e do exagero, eu gostaria de saber.

Mais uma vez, tive a infelicidade de ouvir a apresentadora e especialista em porcaria nenhuma Ana Maria Braga se metendo no jornalismo. O pior: essa é a formação dela, o que me deixa realmente envergonhada.

Pois a bendita apresentadora teve a infeliz incubência de entrevistar um treinador da polícia americana SWAT. O brasileiro em questão criticou toda a ação da polícia com base nas teorias dele, sem se atentar para coisas básicas, como o fato de o sequestrador acompanhar tudo em tempo real pela TV. E o treinador ainda se disse envergonhado de ser brasileiro. Depois disso, me senti envergonhada também... de ver mais esse papelão.

Duas coisas do referido programa são tão absurdas que merecem registro. Uma é a apresentadora falando: "Por que não fizeram como a SWAT faz, como a gente vê nos filmes?" Filmes, pelo-amor-de-Deus! E a outra foi a boca aberta da repórter batendo na porta do apartamento de uma das vítimas (acho que da adolescente Nayara): "Vamos tentar falar com alguém aqui... É, ninguém atende". Puta-que-o-pariu, será que ela esperava mesmo que o povo estaria lá aguardando mais um repórter??

Para minha tristeza, o global Mais Você é só um exemplo do mau comportamento dos meus colegas da rede nacional. (Aliás, nacional no Brasil é o eixo Rio-São Paulo. Brasília, no máximo). O que foi a Sônia Abrão entrevistando o sequestrador por telefone? A "jornalista" interferindo diretamente no caso! Claro, atrapalhando tudo. Até José Luis Datena, um dos exemplos mais terríveis do jornalismo brasileiro, criticou essa palhaçada. E a Globo forçando o furo: "temos 70 segundos de gravação antes da explosão". O coitado do Rodrigo Bocardi lá, de plantão, full time...

O ovo ou a galinha - O que me entristece é que de nada adianta esse exagero de cobertura. Não faz nenhum bem às famílias envolvidas, não acrescenta nada à sociedade, não orienta os telespectadores em nada. É só o velho desejo de ver e mostrar a desgraça alheia.

E o povo comentando: "A mãe não amava a filha, porque já perdoou o cara", "A polícia devia ter feito isso ou aquilo", "O pai era bandido também"...

Na minha humilde opinião, os veículos estão dando muito espaço para o jornalismo, sem dar conta de suprir. Aí pegam um caso e exploram à exaustão, até ficar sufocante.

A mídia mostra o que o povo quer ver, ou o povo vê o que a mídia quer mostrar?